A agressividade dos suínos está relacionada ao stress. Por isso, o produtor deve realizar o manejo com calma, paciência e dedicação. Assim como os seres humanos, quando expostos a temperaturas muito altas ou muito baixas, se sentem desconfortáveis ou irritados, com os animais não é diferente. E nas granjas isso pode resultar em agressões agudas, crônicas ou anormais. O produtor deve tomar cuidado para não perder o controle da situação, porque as consequências podem ser bastante graves.

Várias condições externas inadequadas estão relacionadas ao comportamento anormal dos suínos. Em situações de stress, há um desequilíbrio entre as funções do organismo do animal, que provoca alterações físicas e emocionais. Grandes grupos de animais na mesma baia com limitação de espaço, compartilhando alimentos e água, demonstram normalmente uma agressividade maior do que grupos menores ocupando um espaço mais bem dividido por animal. O ideal é facilitar o acesso dos suínos à alimentação. Água quente ou falta de água nos bebedouros também provocam alterações comportamentais.

Além da lotação, baias muito sujas ou úmidas, o excesso de luminosidade ou a falta de ventilação provocam desconforto. O manejo da temperatura é essencial para manter os animais tranquilos.

A agressividade também pode estar relacionada com a manutenção da ordem social ou hierarquia entre os próprios animais. Os suínos tendem a formar grupos de animais com o mesmo desenvolvimento sexual ou o mesmo tamanho. Quando um número de suínos da mesma idade, peso e características zootécnicas é agrupado pela primeira vez, eles brigam entre si nas primeiras 24 a 48 horas. O topo geralmente é ocupado pelo animal de maior porte ou com a maior idade sexual. Em último, na escala hierárquica, está o animal mais fraco. As brigas costumam acontecer no momento do desembarque dos animais nas granjas.

A agressividade dos suínos pode variar entre:

Aguda

Quando chegam novos indivíduos que pretendem ascender na escala hierárquica e pretendem estabelecer uma nova ordem.

Crônica

São as manifestações para manter a ordem já estabelecida.

Anormal

Caracterizada por mordeduras nas caudas e orelhas e até canibalismo, quando as matrizes comem seus próprios filhotes ou de outras fêmeas ou atacam suas companheiras de baia, ou quando um membro do grupo ataca outros animais de forma repentina. Em casos mais graves, animais adultos matam e comem os mais jovens.

A especialista médica veterinária, Heloiza Nascimento, ressalta a importância do enriquecimento ambiental nas granjas, como correntes, garrafas e outros itens simples, que não vão impactar em um custo alto para o produtor, mas servirão como forma de distração para os animais, ajudando no bem estar animal e aliviando o nível de estresse na baia.

De acordo com Heloiza, deve-se sempre observar se o animal está se sentindo privado de alguma coisa e é preciso descobrir qual é a privação, como também cuidar do ambiente. “Os suínos quando são agrupados, eles de fato precisam estabelecer a hierarquia, mas ela acontece nas primeiras horas, até três dias depois de alojados já não são mais esperadas brigas entre os suínos, porque a hierarquia já foi determinada. Agora, após os animais serem alojados, e você começar a perceber que existem brigas, então é o momento de ter mais atenção com aquele lote. Situações em que falte espaço no coxo, a nutrição não está sendo bom o suficiente para fornecer todos os nutrientes, ou não existe água em quantidade e qualidade suficiente, a limpeza, ou a lotação, é a hora de fazer uma observação do ambiente em geral, porque depois que há uma hierarquia e estabilidade, eles não brigam.”

Fonte: Canal Rural

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